segunda-feira, 14 de maio de 2012

Capítulo 11

So let’s get this trip started.

-Inaugurada em 31 de Março de 1889, a Torre Eiffel foi construída para honrar o centenário da Revolução Francesa. O Governo da França planejou uma Exposição mundial e anunciou uma competição de design arquitetônico para um monumento que seria construído no Champ-de Mars, no centro de Paris. Mais de cem designs foram submetidos ao concurso. O comitê do Centenário...
-Pra que porra eu aprendo isso? – a voz do guia se tornou imperceptível aos meus ouvidos, os quais foram preenchidos pela voz de Nicholas, que resmungava de braços cruzados.
-Para ter um senso mínimo da história ao seu redor e para não ser um ignorante, coisa que, pelo visto, você já é.
-Calma, Daniella, só ‘tava comentando.- ele pôs as mãos para o alto.
-Pois eu concordo com ela, se não quisesse escutar isso, não tivesse vindo.
-Kevin, apreciando a história? Achei que não fosse viver para isso.
-Somos dois, Hemsworth. – Joe concordou.
-Silêncio, moças e rapazes. – o monitor nos advertiu e voltei a prestar atenção no guia.
-Com seus 317 metros de altura, possuía 7300 toneladas quando foi construída, sendo que atualmente deve passar das 10000, já que aqui são abrigados restaurantes, museus, lojas, entre muitas outras estruturas que não possuía na época de sua construção. Eiffel, um notável construtor de pontes era um mestre nas construções de metais e tinha sido o desenhista da armação da Estátua da Liberdade, que tinha sido erguida recentemente no porto de Nova Iorque. Quando o contrato de vinte anos do terreno da Exposição mundial expirou, em 1909, a Torre Eiffel quase que foi demolida, mas o seu valor como uma antena de transmissão de Rádio a salvou. Os últimos vinte metros desta magnífica torre correspondem à antena de rádio que foi adicionada posteriormente.
Vocês sabiam que os nomes de setenta e dois cientistas, engenheiros e outros franceses notáveis estão gravados em reconhecimento a suas contribuições por Gustave Eiffel? – os alunos de outro grupo, que ainda insistiam em prestar atenção, negaram com a cabeça.
-Seu dever é nos informar.- falei para mim mesma.Joseph, que estava ao meu lado, riu e balançou levemente a cabeça, de forma que concordasse comigo. Tornei a prestar atenção no senhor que nos falava. Tamanha era sua fascinação ao falar sobre essa torre, que parecia que ele havia a construído. Ou talvez fosse mais um obcecado pela história igual o Kevin e a Dani.
-Esse cara parece o Kevin daqui a alguns anos. – interrompendo meus pensamentos, Joe fez o comentário. Não pude evitar rir, afinal, além de ser verdade, estava pensando nisso alguns segundos atrás.
-E a mulher dele, provavelmente aquela da recepção, é mais uma apreciadora da história.
-Como você sabe que é a mulher dele? – ele indagou.
-Shiu! Prestem atenção. – novamente o monitor nos advertiu.
-Elementar meu caro Watson... - cruzei meus braços e pus a mão no queixo, como se pensasse. – Ele a deu um selinho antes que entrássemos. – disse sem ânimo. Joe riu.
-Ou então ele a trai. – ele completou, repetindo meus gestos.
-Impossível ser amante, você viu as roupas e o rosto daquela mulher? Dou no mínimo 60 anos para ela.
-Mulheres reparam em tudo.
-E os homens não reparam em nada.- rebati e segui o grupo, que agora andava em direção ao elevador.

De: Mamãe < mamma007@hotmail.uk.co >
Para: Demi < prettygirl@hotmail.uk.co >
Assunto: Te seqüestraram?
Querida, você já chegou? Você está bem? Estão te alimentando? Como é Paris? Está frio? Você está com casacos? Por que ainda não me enviou um e-mail?
Com amor,
Mamãe.

Droga! Tinha esquecido de mandar o e-mail. É de me surpreender que ela ainda não tenha mandando a Scotland Yard atrás de mim.

De: Demi < prettygirl@hotmail.uk.co >
Para: Mamãe < mamma007@hotmail.uk.co >
Assunto: Mil desculpas!
Mamãe,
Vou resumir minhas respostas, já que seu questionário ocuparia milhões de caracteres:
Cheguei, estou ótima, estou comendo, está um tempo agradável, e sim, eu trouxe casacos e não me comuniquei antes devido à falta de memória.
Ah sim, ia esquecendo... Paris é linda, maravilhosa, encantadora, e adicione aqui mais ótimos adjetivos.

-Vem logo, Demetria!
-Já to indo, calma! – respondi, pensando em como terminar a mensagem.

Tenho que ir, mãe. As meninas estão me enchendo a paciência, depois te mando outro e-mail.
Beijos,
Amo-te.


Fechei o notebook e o coloquei em cima da cama, seguindo para a porta.
-Prontas para as compras? – as meninas iam abrindo imensos sorrisos à medida que as palavras saíam da boca de nosso monitor. De fato, eu me incluía no grupo ‘sorriso’.

-Primeira parada: Louis Vuitton. Não gastem todo o dinheiro, garotas. Ainda temos Channel, Jean-Paul Gaultier e parecidos pela frente.– anunciou o profº Oxford, assim que avistamos a grande e bela vitrine da grife. Parecia um sonho. Andares e mais andares de roupas e acessórios. Digamos que meu lado fútil despertou.
-Garotas, vocês viram aquela bolsa MA-RA-VI-LHO-SA? – os meninos o zoavam em um tom baixo, porém não tão baixo para que eu não conseguisse escutar. Ri e voltei às minhas compras.
Já estava escurecendo quando passamos pela Praça da Concórdia, aonde vimos o Obelisco de Luxor. Assim como vimos o Arco do Triunfo e, pela primeira vez durante a noite, a Torre Eiffel, com suas 20.000 lâmpadas.

-Demetria Lovato da Silva Sauro! Acorda logo, guria! – Sel gritava em meu ouvido, me batendo com seu travesseiro.
-AAAAAAAAAAAAAAAH! LEVANTEI JÁ, PORRA! – enfurecida, saí da minha cama e fui diretamente em direção de minha mala, pegando uma calça jeans, meu inseparável Adidas e uma blusa branca de alça. Entrei no banheiro e fechei a porta do mesmo com força. Tomei meu banho e me arrumei, encontrando todas prontas alguns bons minutos depois.
-Vamos? – puxei meu casaco da GAP da mala e saí do quarto. Todas se entreolharam e riram.
-Vamos, ‘estressadinha’ do meu coração. - Chelsea passou seu braço direito por meus ombros e me guiou até o saguão.

-As senhoritas e os rapazes gostariam de uma caricatura? – enquanto esperávamos chegar o horário do nosso grupo para entrar na Basílica, um retratista francês nos manteve entretidos. Seu inglês não era dos piores, então conseguimos nos comunicar. Para entrarmos num espírito de brincadeira pedimos a ele que fizesse uma caricatura de cada um. Pensamos que fosse demorar, mas na verdade foi extremamente rápido. Peguei a minha e soltei uma gargalhada ao ver que ele me pôs com um sorriso gigante. Paguei e me virei para ver a reação dos outros.
-Como ‘tá a sua? – me perguntou, mostrando-me a sua.
-‘Tá engraçada. – lhe mostrei e ele riu.
-Seu sorriso é contagiante. – falou como um ator de filme mexicano.
-São seus olhos, Carlos Henrique Augusto Romeu Perón Dias. – rimos. My passou rapidamente por nós.
-Alguma coisa aconteceu. – olhei espantada para Nicholas.
-Sério, gênio? Como você descobriu isso? – seu rosto assumira uma expressão sarcástica.
-Babaca.- dei-lhe um leve tapa no braço.
-É, você me ama. – ignorei seu comentário e corri para o nosso grupo.
-O que aconteceu com a Miley? – perguntei a Dani.
-Não sei! Ela tava olhando a caricatura, o Liam falou alguma coisa e ela saiu daquele jeito. Agora ele ‘tá atrás dela, vai entender.
-Ah, sim. – A fila andou e olhei para os lados, preocupada.
-Aonde será que eles se meteram? – pensei um pouco alto.
-O Liam sabe o que faz, a My está em segurança. – Joseph, aparentemente sério, respondeu a minha ‘pergunta’.
-Segurança? Estamos na França, não acredito que ele conheça o território. – o encarei.
-Deixa disso, garota. Pára de pessimismo, eles vão voltar. – Joe saiu andando e me deixou sozinha.
-Grosso! – exclamei, em um tom de voz alto, o qual ele conseguisse escutar. Me aproximei mais do grupo, deixando um pouco a preocupação com os outros dois.

-Pessoal, onde estão a Miley e o Liam? – Profº Oxford nos questionou assim que saímos da Basílica.
-Aqui! – os dois apareceram sorrindo e de mãos dadas. Todos os rostos amigos assumiram expressões interrogativas enquanto os olhavam.
-Onde vocês estavam? – todos perguntamos em uníssono.
-Na fonte, esperando por vocês. – já havia concluído os fatos, por isso nem me importei em escutar tal versão. Estava mais interessada em observar um casal de idosos. Os dois estavam conversando, provavelmente sobre seus netos e filhos, enquanto ele acariciava a mão da senhora com seu polegar e apreciavam a vista. Queria um amor pra vida toda, para compartilhar uma vida. Talvez esteja assistindo muito à clichês. Despertei de meu breve devaneio assim que senti uma mão puxar meu braço.
-O que foi? – encarei Sel .
-Vamos! O professor já está lá na frente. – corremos e o alcançamos, seguindo para Place du Tertre.

O tempo havia esquentado, o que me fez amarrar o casaco na cintura. Observava a tal praça. Certamente não passava de uma rua lotada de pintores. Havia lá sua beleza, como o contraste do verde das folhas das árvores com a coloração branca das construções ao redor da praça, ou até mesmo o contraste do azul do céu com as mesmas construções. Mas em minha defesa, alego que adolescentes não ligam para esses detalhes. A não ser a Daniella, que é um caso a parte.
Joe se aproximou de mim e perguntou se eu tinha visto para onde eles tinham ido. Respondi que não, notando que havia sido abandonada. Começamos a procurá-los quando algo puxou meu casaco, olhei para baixo e percebi que não foi ‘algo’ e sim um lindo Yorkshire. Usei meu francês de tradutor do google para perguntar ao dono do cão se podia acariciar o bichinho. Recebendo um ‘sim’ meio desconfiado como resposta, abaixei e o acariciei.
-Olha que coisa mais linda! – trouxe o filhote à altura dos olhos e ria enquanto este me cheirava.
-Você é doente! Ele vai te morder, isso sim. E seu francês é péssimo. – Joseph riu.
-Insensível. De qualquer jeito temos que continuar nossa busca. - parei de brincar com o filhote e me levantei, lançando um sorriso ao dono. Estava preste a dar um passo quando sinto alguém me cutucar. Virei e me deparei com um homem, aparentemente com seus 60 anos.
-Pois não? – Jonas se pronunciou. Até que o francês dele não era ruim.
-Uma bela pintura para um belo casal. – ele entregou a mim um papel. Curiosa, o olhei. Mostrava uma jovem brincando com um cão e um rapaz rindo da cena. Certamente ele não escutou o que o rapaz estava dizendo à moça.
-Desculpe, senhor. Mas nós... não namoramos. – Joe falou passando a mão pelo cabelo, envergonhado.
-Então deviam pensar no caso. De qualquer jeito, aceitem como lembrança de Paris. – o senhor sorria para nós. Eu, que antes já estava envergonhada, agora não sabia o que falar.
Lancei-lhe um sorriso em forma de agradecimento e seguimos caminho.
Um silêncio constrangedor se formou enquanto rodávamos pelo lugar em busca do nosso grupo.
-Achei! – ele exclamou e me puxou pela mão. Senti que ondas elétricas passarem pelo meu corpo, causando uma sensação estranha, uma sensação que nunca havia sentido.
Talvez fosse a temperatura, talvez não.
-ONDE VOCÊS ESTAVAM DESSA VEZ? – a voz do monitor me pareceu mais aguda e histérica, e provavelmente aos ouvidos dos meninos também, que riam. Ele nos encarava e suas mãos estavam descontroladas, parecia que estava para ter um ‘ciricutico’ enquanto nos dava aquela básica bronca de que estávamos sob sua responsabilidade, blá, blá.
-Nos perdemos. – respondemos ao mesmo tempo dando de ombros.
O professor soltou um suspiro, concluindo que seu sermão não tinha adiantado em nada e se juntou aos outros professores, o que me fez crer que era para avisá-los de que havíamos voltado.
O restante do grupo permanecia com a mesma expressão de quando Miley sumiu na parada anterior. As encarei como se perguntasse o que houve. Sel chegou mais perto e sussurrou entre os dentes:
-Você vai nos contar tudo.Ah, vai! – as outras estavam atrás de braços cruzados e concordavam com a cabeça.
Estava me sentindo em um tribunal ou algo parecido, só faltava aquela luz branca em cima do meu rosto.
Eu só sei de uma coisa: nada aconteceu.

Continua...
Me desculpem a demora!! "/
Facul nao esta deixando!!
bjs

Um comentário:

  1. Ameiii..
    Own,o velinho é um doce de desenhar os lindinhos..
    Posta Logo sua linda
    BjuBjuu

    ResponderExcluir